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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O  presidenciável e o helicóptero do pó

José Antônio Silva


Um presidente razoavelmente jovem, considerado boa pinta, suspeito de envolvimento com tráfico de drogas e outras corrupções – e que termina sofrendo pressões por impeachment, perda de direitos políticos, ameaça de prisão, etc. Quem lembrou do “caçador de marajás” Fernando Collor acertou no perfil. Mas comprovando que a ficção imita ou até antecede a vida, o ótimo seriado chileno “Profugos”, no canal HBO, tem em um de seus pólos dramáticos uma ministra de estado e um jovem presidente (o ator Francisco Melo), que se envolvem até o limite com o crime mais ou menos organizado. Porém, quem pensou em Aécio Neves, presidenciável do PSDB, também acertou no perfil e no que poderia acontecer, no futuro, caso o tucano mineiro chegasse ao poder maior no Brasil.

Afinal (e aqui se trata apenas de uma livre especulação, baseada em vários fatos e antecedentes), Aécio Neves, tido e fotografado como eterno play boy e bon vivant, é amigo do senador Zezé Perrela (PDT), dono do helicóptero do pó, aprendido em sua fazenda, carregado com meia tonelada de cocaína. À falta de mordomo, a culpa foi para o amigo do piloto.

Perrela, cujo gabinete senatorial pagava as despesas de combustível do helicóptero particular de seu filho, o jovem deputado Gustavo (também amigo do presidenciável tucano), tem fortes vínculos com Aecinho. O Ministério Público/MG investiga três repasses – sem licitação - do então governador mineiro para a empresa agropecuária Limeira, de Perrela, em 2009, 2010 e 2011. Fazenda, aliás, também investigada por ter sido omitida na relação de bens de Perrela.

Sabe-se que Aécio tem uma carreira (política) muito inspirada. Com tudo isso, causa até constrangimento a superficialidade e as omissões do noticiário sobre o escândalo do helicóptero do pó, na grande mídia. Cabe perfeitamente imaginar como o tema não seria tratado nas TVs, rádios, na Veja e na/no Globo se o jovem presidenciável envolvido nesta íntima relação com suspeitos de tráfico internacional de cocaína fosse petista...

Se o jornalismo oficial não dá conta, hoje fica para blogs movidos à coragem, competência e indignação (como o  http://www.pragmatismopolitico.com.br/ ),   ou para a ficção, como o citado “Profugos”,  o trabalho de investigar, montar peças e apresentar alguma conclusão desse tipo de bandalheira com o dinheiro público.










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