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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A fala enjoada das ruas de Porto Alegre

Erudição zoológica

“A pantera negra de olho vermelho só tem na Índia. É que nem o caso do leão branco aquele, que só nasce de cem em cem anos” – Entreouvido na Praça da Alfândega, entre populares que assistiam a uma renhida partida de damas, nas mesinhas de concreto.

Sentimento sincero

“Você meu amigo de fé/ meu irmão/ camarada...” – Olhos nos olhos, aquecidos pela garrafa de cachaça e a emoção da verdadeira amizade, dois mendigos abrigados da chuva sob uma marquise da Rua Uruguai, entoavam a plenos pulmões a canção do Rei Roberto.


Coisa bem boa

“Mais uma avenida pra gente varrer!” – Frase alegre, em diálogo de casal de garis sentados lado a lado no ônibus da linha Padre Reus, perto da obra de ampliação da Avenida Diário de Notícias.


Telecultura

“Ô Xuxa, faz uma parceria com o Seu Madruga!” – Camelô, no meio da Rua Marechal Floriano, comunicando-se em altos brados com uma colega gorda e loira enquanto apontava para um vendedor bigodudo, magro e pálido.


José Antônio Silva

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