Uma névoa
se apresenta
Tento olhar o que está à frente.
Uma névoa se apresenta.
Acendo um farol.
Seu facho apenas ilumina a condensação.
Um jogo de volumes.
Brancos e cinzas.
Isto não pode ser tudo.
Dou um passo adiante.
O chão é irregular.
Exige atenção
(que retiro, em parte, da neblina).
Estico o braço.
A mão roça a umidade vazia.
Aperto os olhos:
irritação.
Neblina poluída.
Jogo uma pedra
ao espaço sem contorno.
Nem ruído.
Mas algo há.
Um ai.
Um oh.
Um argh.
Piso em frente.
Escorrego.
E já não paro
de cair.
Ao fundo.
Ao fundo.
Ao fundo.
Tateio o chão de pedregulhos.
O corpo mortificado.
Levanto o olhar ao céu
contaminado.
Gargalhada distante
me saúda.
Começo a escalada.
Por: José Antônio Silva
Por: José Antônio Silva
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