Porto premeditado
Havia um porto premeditado
entre peixes
navios
e águas virtuais;
havia um ponto no futuro
ainda antes de haver porto
barcos
ou qualquer água;
havia um poço em ebulição
onde tudo se formava
definia
projetava;
havia um posto avançado da
vida
- como a conhecemos -
no tecido do infinito.
Havia a cintilação do que há
hoje
como imagem
que apenas esperava:
um porto singelo
num estuário de lago e rio
onde um pequeno bote
a remo
deixa seu rastro invisível
lento
pela memória das águas.
(Publicado originalmente na "Antologia do Sul - Poetas Contemporâneos do RS", editada pela Assemnbleia Legislativa, em 2001)
Ilustração: Gabriel Simch
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