quinta-feira, 2 de abril de 2015
Mulher sobre a cama
José Antônio Silva
A realidade é uma mulher sobre uma cama. Para alguns observadores, ela dorme. Outros acreditam que espera um amante, olhos bem abertos. Muitos dizem que está doente. Para muitos, está morta.
Há quem garanta: é apenas um manequim de gesso, um simulacro. Mulher inflável, talvez.
Ela é negra. Ela é branca. É asiática. É índia. É mestiça. Talvez seja um travesti.
É mãe. É filha. As duas coisas? Ela é uma fantasia de quem a vê.
A realidade é tudo isso, uma sucessão de momentos no tempo – há quem afirme.
Os sábios, os técnicos, os cientistas pesquisam e buscam novos instrumentos de mensuração, aproximação – desejam captá-la em sua essência.
Armam seus aparelhos de futura geração.
Ligam.
Mas onde está a mulher? Onde a cama?
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