José Antônio Silva
Eu vi um
homem olhando para uma parede branca.
Um homem,
um pedinte
sem pedir
um andarilho
que não andava
parado que
só
fitando a
parede branca
como quem
decifra o infinito.
O homem
olhava para a parede
com atenção
talvez
vertigem
à borda do abismo
branco.
O homem via
o passado o futuro o presente
como uma
coisa só
como uma
base líquida
um trecho da
Via Lactea
só seu
para a
própria
superação.
Um homem
olha uma parede branca
em silêncio
no meio dos
automóveis-cometas
que raspam
seu traje
espacial
sem lhe
causar maior dano
do que a
consciência
como
indagação
que lateja
organicamente
na
parede-desafio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário