Nóis semo fodão, meu!
José Antônio Silva
Que o ser humano é isso e aquilo, bom e mau, anjo e demônio – e, na maior parte do tempo, um pouco de cada coisa – não é segredo nem novidade. Focando no gênero feminino, a coisa também não é muito diferente: assim como existem mártires e heroínas, famosas e anônimas, temos mulheres duras e insensíveis como a implantadora do neoliberalismo e fabricante de desemprego em massa Margareth Tatcher, não por outro motivo conhecida como “Dama de Ferro”.
Mas – e aí a bola volta pra nós, homens – verdade é que no dia a dia a mulherada costuma segurar barras mais pesadas que as nossas. Seja cumprindo a tradicional dupla jornada (providenciando casa arrumada, comida, cuidado com os filhos, roupa lavada e ainda o emprego), seja cuidando e criando os filhos solitariamente, quando o vacilão simplesmente desaparece no mundo, cansado da responsabilidade.
O IBGE não me deixa falar a verdade sozinho: dados de 2006 mostravam que em 90,02% dos casos (das casas), era a mulher que encarava emprego e trabalho doméstico. Os homens na mesma situação ficavam em 51,04%. Mas convenhamos que, nesse quesito, já foi pior.
Agora, o que realmente diz muito mais sobre a mulherada – interpretações à parte – são os números de uma pesquisa de 2008 do Departamento Penitenciário Nacional (do Ministério da Justiça). Ali, ficamos sabendo que 85% dos presos do sexo masculino recebem visitas de suas companheiras e familiares.
Em descompensação, quando elas estão em cana, só são visitadas por 8,7% dos maridos e companheiros... O secretário da Segurança Público do Estado, Airton Michels, falando ao Correio do Povo, arrematou: “Quando o homem é preso, a mulher procura advogado para tirá-lo da cadeia. Quando a mulher é detida, o marido ou companheiro procura advogado para tratar do divórcio”.
Como dizia Millôr Fernandes, pano rápido!
sexta-feira, 18 de março de 2011
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2 comentários:
Caro José Antônio,
parabéns pelo blog, espaço de qualidade literária e jornalística.
Este texto diz muito do que acontece. No dia em que as mulheres se igualarem a nós nesse descompromisso, falta de afeto e desapego à família... Às vezes parece que estamos caminhando pra lá.
Um abraço.
Jorge Finatto
Estimado e querido amigo. Companheiro de outras lutas e jornadas. Se mulher e homem fossem computadores ficaria mais evidente essa desigualdade. O aparelho se parecem mas suas programações, quantas diferenças. De dez pessoas importantes na minha vida mais da metade são do "sexo frágil" e entre as primeira. Um forte e saudoso abraço, amigo letrista, crônista, contista...
Pinheiro
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