Há poucos dias o Rio Grande perdeu a figura de Aníbal Bendatti, professor de gerações - dentro e fora das salas de aula de Jornalismo. Introdutor do moderno conceito de diagramação na imprensa gaúcha, este argentino nos deixa quase aos 80 anos – ainda bem humorado e dono de opiniões consistentes. O cartunista, caricaturista e quadrinista Edgar Vasques traça aqui, em prosa e imagem, um breve retrato do mestre.
Aníbal Bendatti era um sujeito simples e suave, firme no que pensava. Mas sua grandeza residia na generosidade: usou a condição de fronteiriço (entre países, entre gerações) para obter e espalhar conhecimento, ensinando, aconselhando e abrindo portas. Entre o Prata e o Brasil, foi companheiro, amigo e/ou professor de todos os grandes grafistas, participou de tudo que foi importante. Foi, como Sampaulo, Mottini, Joaquim da Fonseca e Sampaio, entre outros, um dos elos da grande corrente que uniu várias gerações de cartunistas quando a gente inventou a Grafar. Sóbrio no traço limpo (que construiu na escola portenha) tinha uma graça humanista, que perdoava a condição humana mas nunca as desumanidades. No dia em que o conheci, há quase 40 anos, me aconselhou: ‘Tchê Pibe, suja menos o papel, pra que tanto preto, tanto nanquim?’.
Sigo tentando, maestro.
Grande abraço,
Edgar
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