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sábado, 21 de março de 2009

Crônica Minha (13)

A mãe de todas as batalhas


José Antônio Silva


Já dividiram o mundo, maniqueisticamente, de vários modos: comunistas versus capitalistas, gremistas versus colorados, paulistas versus cariocas, homens versos mulheres, brancos versus negros, ocidentais versus orientais, casados versus solteiros, heteros versus homos, etc... Na maior parte dos casos, passam os anos, as décadas e até os séculos, e vai se vendo que havia muita enganação nisso tudo, e que as zonas de sombra entre os extremos eram até maiores que os pólos. (Bela frase, hein?)


Tudo isso pra dizer que não é nada disso – ou é mais que isso – e que a batalha final, afinal, deverá travada entre dois tipos de gente:


a) os que procuram ser econômicos com o espaço que ocupam, preocupados em não invadir a circunferência alheia (ou pública);

b) e aqueles que - simples assim! – julgam terem direito a tudo, sem limites. Aliás, qualquer regra, argumento ou direito alheio é encarado por esses como ofensa pessoal, sujeita a ser respondida com seis tiros na cara. Tão aí os conflitos de trânsito que não me deixam mentir sozinho...


Isto é o que vem acontecendo com o mundo, na interminável crise em que sobrevivemos: a ânsia por lucros ilimitados de alguns segmentos - razoavelmente reduzidos, mas imensamente poderosos - quebrou a economia mundial. E alguns de seus “executivos” (não seria melhor executores? Ou talvez carrascos?) ainda brigam para receberem “bônus” de dinheiro público, a título de “indenização”, por terem feito o que fizeram...


Moratória ambiental

O mesmo raciocínio serve para a moratória ambiental em que está afundada a Terra. Além de uma melhor distribuição mundial de riqueza, se não houver redução no nível de consumo/consumismo mundial (com a poluição, degradação natural, aquecimento global, e demais problemas decorrentes do modelo atual), não se sabe bem até onde iremos todos, em 30, 50 ou 100 anos.


Os cientistas sérios estão fazendo a parte deles. Mas não dá para jogar tudo nas mãos da ciência, sem a conscientização ativa de cada um. Passamos deste ponto. Seria mais ou menos como enfiar a cabeça – cabeça oca, claro - no buraco da alienação e dizer: “Quer saber, não tô nem aí! Eles que resolvam...”


É tão fácil quanto colocar todas as esperanças nas mãos da religião. Mas as grandes religiões (“religare”) parece que já se desligaram do Todo há muito tempo.

E excomunguêmo-nos todos!

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