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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Oliveira Silveira (1941-2009)



Uma estrela negra no céu da pátria

Um e-mail do Sidnei Schneider, no segundo dia deste 2009, alertou-me: “Por volta das 23 horas do dia 1º, faleceu o poeta Oliveira Silveira (1941), no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. O poeta já vinha enfrentando dificuldades de saúde ao longo de 2008”.

Importância histórica – Da sua importância histórica – e simbólica, em vários sentidos – muitos sabem. Sidnei anotou: “Autor de dez livros individuais de poesia, professor formado em Letras/Francês, pesquisador das culturas negra e da história do negro brasileiro, Oliveira propôs o 20 de novembro, data evocada pelo grupo Palmares, em 1971, e hoje adotada como Dia Nacional da Consciência Negra. Conselheiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, integrava – nesse órgão com status de ministério – o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racional, no período 2004-2008.

Por vontade expressa do poeta, suas exéquias serão exclusivas para familiares”.

Importância emocional – Da importância emocional do Oliveira para seus amigos, amigas, parentes, parceiros de letras e/ou de militância social, racial, de cidadania, cada um sabe de si. Não faz muito, provavelmente em fins de novembro último, ainda o encontrei ali pelo centro da cidade, na Galeria Sete de Setembro, e trocamos algumas palavras. Ele me falou dos seus problemas de saúde. Havia melhorado um pouco, mas mostrava-se ainda preocupado...

Tive a sorte, ou mesmo a honra, de cruzar meu caminho com o do Oliveira Silveira por algumas vezes (lembro, por exemplo, de várias reuniões de poetas no que seria o protogrupo Çoita, na casa do Zé Weis, com Ronald Augusto, Sidnei, Branca, outros e outras, nos primeiros anos deste século; em muitas edições da Feira do Livro; na rua e em eventos literários, políticos...)

O homem cordial
Ele deixa sua marca na poesia gaúcha e brasileira, com ênfase na negritude – e, em todos nós, pela tolerância, sabedoria, coragem de resistir. Sabia ser firme e radical na defesa de suas justas causas, mas - mesmo aí - dificilmente deixava de lado a civilidade e a gentileza, entre outras virtudes que hoje tanta falta nos fazem.

A bênção, mestre Oliveira!

José Antônio Silva

Um comentário:

Anônimo disse...

Putz! Só fiquei sabendo por você, eu o estimava desde 72. Um poeta que fulgurou no maior panteão que pode haver: o coração das pessoas que o conheciam. Tive o privilégio do convívio, daí o baque dessa sua nota.