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sábado, 6 de dezembro de 2008

Rememória
















Vinte aninhos do Diário do Sul


José Antônio Silva

Pois é, em 30 de setembro último completou-se vinte anos do fim do hoje mítico Diário do Sul. Experiência brilhante de jornalismo diário que apostava no talento e no estilo (ou busca de um) de promissores ou consagrados repórteres, redatores, ilustradores, cartunistas, fotógrafos, diagramadores e editores gaúchos, o Diário do Sul chegou disposto a não fazer concessões, para o bem ou o mal. Ao contrário de toda a imprensa, não apostava suas principais fichas em temas de apelo fácil – tipo esportes (leia-se futebol, basicamente) ou polícia.


Cultura, política, comportamento, economia ocupavam a maior parte dos espaços, com ênfase para grandes reportagens com texto personalizado, fotos abertas, ensaísticas, interpretando o que era noticiado, artigos traduzidos de grandes nomes internacionais.
Elitista? Inovador? Diferente? Que fugia do apelo fácil e do arroz com feijão costumeiros, isso fugia.

Para mim, após dez anos de São Paulo, integrar essa equipe e encarar o desafio do DS foi um ótimo e convidativo pretexto para voltar à minha Porto Alegre natal. Pena que o grupo Gazeta Mercantil (SP), que bancou o projeto de Hélio Gama, abandonou o barco em meio da viagem, sem dar tempo ao DS de ancorar financeiramente - entre outros problemas.
Durou de agosto de 1986 a 30 de setembro de 1988. Hoje, é tema de monografias e teses acadêmicas e uma memória instigante para quem passou por lá, embora os terríveis atrasos dos salários, que após um ano de existência passaram a ser substituídos por “vales”, levando praticamente todos os 120 jornalistas ao SPC e ao bloqueio de contas nos bancos...


No alto, ilustração feita por Edgar Vasques, dia 02 de outubro de 1988, da porta do elevador que desembocava direto na redação. Edgar tascou seu recado, à época: “Imprensa gaúcha: o último a sair, por favor, acenda uma luz”.


Na foto, da esquerda para a direita: Cida Golin, Glênio Povoas, José Antônio Silva, Luiz Carlos Barbosa, Carlos Urbim, Ana Barros Pinto e Renato Lemos Dalto. À mesa, José Weis.


(Para quem quiser saber mais: matéria completa sobre o DS, de autoria do mesmo José Weis, saiu no jornal Versão dos Jornalistas, do Sindicato dos Jornalistas/RS, edição de setembro de 2007. Mas não adiante procurar no site do SindJor: ao que tudo indica, essa edição não possui versão eletrônica...)


















7 comentários:

Anônimo disse...

Zé:

Cá pra nós, o mais impressionante na foto é o olhar lânguido do Renato, uma mirada tão meiga que deve ter provocado sua (dele) expulsão sumária de Livramento...E mais impressionante ainda é que ele tem a cabeça coberta de cabelos! Coisa que eu já não tinha e tu também não, já que a foto é implacável também nesse aspecto...

Grande abraço

Ayrton

José Antônio Silva disse...

Verdade, Centeno: a gente já estava careca de saber. Ou não.
Um abraço
Zé Antônio

Anônimo disse...

Ave, DS! Só um reparo: o segundo na foto (atrás da Cida) não é Glênio Póvoas, mas Ricardo Stefanelli. Fora isso, tá tudo bem lembrado.
Gd abr
Edgar Vasques

José Antônio Silva disse...

Nã,nã,não, Edgar. O segundo na foto (atrás da Cida Golin) é mesmo o Glênio Póvoas, e não o pequeno grande Ricardo Stefanelli.
Reconhecido por mim e confirmado pelo próprio GP.
Abço
Zé Antônio

José Antônio Silva disse...

E a foto é by Renê Cabrales

Ronald Augusto disse...

zéantonio! essa foto é muito boa. embora não seja uma criatura do meio jornalístico, conheço/conheci quase todos (ah, sim, a pequena grande cidade onde nem sempre nos esbarramos). o peso dos anos. mas quase todos ainda estão bem conservados. abração!

José Antônio Silva disse...

Excelente Ronald Augusto!
A foto é boa mesmo. Quanto a nós - como diria o tal Britto, referindo-se ao Tancredo - "os sinais vitais estão preservados..." Hehehe.
Grande abraço!